Água na Lua veio do vento solar

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Água na Lua veio do vento solar
A água acumulada em rochas na Lua provavelmente teve origem em correntes de partículas energéticas enviadas pelo sol e não em impactos cósmicos de cometas, dizem pesquisadores.

Durante anos, os cientistas discutiram sobre se a lua tinha água ou não. Descobertas recentes confirmaram que existe água na Lua, embora a sua superfície permaneça seca como qualquer deserto.

Oficiais da NASA sugeriram que essa água poderia um dia ser uma ajuda para colónias de apoio na Lua de forma a possibilitar missões a Marte e mais além.

Ainda assim, a origem da água era um mistério. Uma possibilidade era que tivesse origem em impactos de meteoritos condritos carbonáceos - que podem ser ricos em água - e de cometas. Outra é que a água se formou após exposição ao vento solar.

Nesta perspectiva, correntes de partículas de alta energia são lançadas a partir do sol. Assim, os átomos de hidrogênio no vento solar podem reagir com o oxigênio preso em rochas lunares para formar água.

Para ajudar a descobrir a origem da água lunar, os cientistas analisaram 45 grãos microscópicos de poeira que astronautas das missões Apollo 16 e 17, da NASA, trouxeram da lua. Eles se concentraram em diferentes níveis de isótopos de elementos dentro destes grãos de poeira.

Isótopos diferem entre si no número de neutrões que existem nos seus átomos. Por exemplo, átomos de hidrogénio não têm neutrões, enquanto que os átomos de deutério, um isótopo de hidrogénio, têm um neutrão. A água pode ser feita com deutério, assim como com hidrogénio normal.

O sol é naturalmente pobre em deutério, porque as suas reações nucleares consomem rapidamente o isótopo. Todos os outros corpos do sistema solar possuem níveis relativamente altos de deutério, remanescentes que existiam na nebulosa de gás e poeira que deu origem ao sistema solar.

Ao analisar a relação entre o deutério e o hidrogénio em água na poeira lunar, os pesquisadores puderam deduzir se a água teve origem a partir do sol ou de outro lugar, como condritos. Um fator complicador nesta análise é que os raios cósmicos podem gerar deutério quando batem na lua.

Para explicar como os raios cósmicos podem influenciar os níveis de deutério na Lua, os cientistas também analisaram os níveis de lítio-6, um isótopo de lítio que os raios cósmicos também geram quando batem na lua.

Ao examinar a relação de lítio-6 e lítio normal, os pesquisadores deduziram a frequência com que os raios cósmicos atingiram a lua e geraram deutério, assim como lítio-6. Os investigadores esperavam encontrar água de condritos no interior dos grãos de poeira lunar.

Surpreendentemente, a água no interior e exterior destes grãos de poeira aparentemente teve origem no vento solar. "Nós não encontramos qualquer assinatura de condritos", disse Alice Stephant, principal autora do estudo, publicado a 6 de outubro, na revista Proceedings. [Space]
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