Estrelas mortas servem para testar teoria de Einstein

Dygnim

Geralmente para detetar ondas gravitacionais de forma direta são necessários três satélites e alguns equipamentos ainda não inventados, no entanto podemos medir os efeitos dessas ondulações no espaço-tempo somente com a utilização de um telescópio ótico e um cronómetro. 


Um par de estrelas anãs brancas, conhecidas como J0651, que distanciam uma da outra apenas um terço da distância da Terra à Lua, estão cada vez a aproximar-se mais e a libertar energia de uma forma indescritível. Apesar de emissores de ondas gravitacionais serem bastante comuns, a única coisa distintiva em J0651 é o alto poder das ondas que produz combinado com o fato de emitir luz visível.

Warren Brown, astrónomo do Observatório Astrofísico Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts, disse ao NewScientist que "um astrónomo amador com um telescópio de 2 metros pode medir esse efeito". Segundo a relatividade geral de Einstein - a principal teoria da gravidade - objetos de aceleração, como estrelas que orbitam em torno de outras estrelas, devem criar ondas gravitacionais. 

Quanto mais pesadas são e mais rapidamente movem, mais poderosas são essas ondas. Essa perda de energia faz com que os dois objectos em órbita mais próxima crie um efeito que pode ser detectado. Fontes previamente detectados de ondas gravitacionais incluem pares de estrelas pulsantes chamados pulsares - mas estes só emitem ondas de rádio e orbitam lentamente, sendo a mudança na órbita devido a ondas gravitacionais pequena.

Neste sentido, a confirmação final da existência de ondas gravitacionais será a sua deteção direta. Uma experiência promissora planeada é Elisa, um conjunto de três naves que orbitam o Sol e que irão detectar movimentos leves a bordo, contendo objetos blindados que são fustigados apenas pelas ondas gravitacionais emitidas por sistemas como o J0651.

A descoberta desse sistema, que deverá ser publicado no The Astrophysical Journal Letters, será um grande alvo para Elisa, que deve começar a coletar dados em 2025, diz J.J. Hermes da Universidade do Texas, Austin.

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