Médicos não lêem todos os resultados das análises no último dia de internamento

Dygnim

Segundo um novo estudo australiado os médicos tendem a não ler os resultados dos exames médicos solicitados no último dia de um paciente no hospital, e isso pode causar a perda de descobertas preocupantes. No estudo, publicado na revista Archives of Internal Medicine, 21,3% dos testes pedidos no último dia de um paciente no hospital não foram revisadas pelos profissionais de saúde.


Um teste não verificado pode significar que um médico vai perder um resultado que possa ser anormal. Este problema foi destaque num caso recentemente divulgado de um menino de 12 anos que morreu de sépsia num hospital de Nova York. Embora os resultados de diversos testes poderiam ter sido sinais de alerta sobre a condição do menino, esses testes supostamente não foram controlados.

De facto, se um resultado de teste indica a presença de uma condição de risco de vida, tais como o cancro, o impacto da falta desse resultado, e consequente retardar do tratamento do paciente, é elevada, diz Coiera, auto da investigação.

De forma aprofundada, Coiera e seus colegas analisaram informações de 6736 pacientes que permaneceram num hospital metropolitano na Austrália, entre fevereiro e junho de 2011. Os pesquisadores examinaram os registos de computador de testes dos pacientes. Os resultados dos testes que haviam sido vistos por um médico recebeu um carimbo de tempo, enquanto os testes pendentes, não receberam um carimbo de tempo.

Durante o período de estudo, 662858 exames foram solicitados para os pacientes. Destes, 3,1% não foram revistos. Exames solicitados no último dia dos pacientes no hospital formavam apenas 6,8% de todos os exames solicitados e realizados, mas foram responsáveis ​​por 46,8% dos testes de pendentes. Dentro desses testes não verificados, 14% tiveram resultados anormais que não foram vistos por médicos. 

Segundo Christopher Roy, do Hospital Brigham and Woman, em Boston, os resultados são preocupantes e descrevem um problema que tem sido conhecido há algum tempo. De facto, Roy e colaboradores conduziram um estudo em 2005, no qual perguntaram aos médicos se eles tinham conhecimento de resultados anormais verificados em exames solicitados no último dia de um paciente no hospital. 62% dos médicos entrevistados disseram que não tinham conhecimento dos resultados.

Se os resultados dos testes sugerem que algo está errado, como sinais de uma infecção, um teste não verificado pode certamente causar dano ao paciente. Para combater isto, Roy disse que o hospital tem implementado um sistema em que os resultados dos testes pendentes são enviados por e-mail para a pessoa que der alta ao paciente.

De igual forma, uma melhor comunicação entre os profissionais de saúde sobre a saída do paciente do hospital pode também ajudar a reduzir os testes desnecessários, afirmam os investigadores.





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