Produzir fármacos dentro do corpo

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Investigadores desenvolveram um novo tipo de nanopartículas, que é capaz de sintetizar proteínas a pedido. O esforço representa o primeiro passo para inventar um novo método de atacar células cancerígenas em humanos. A equipa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts mostrou que um feixe de luz ultravioleta pode provocar a produção de proteínas em nanopartículas localizados em corpos de ratos.

Introduzidos nos corpos de pacientes com cancro, as nanopartículas teriam como alvo os tumores. Uma vez lá, a luz ultravioleta irradiada na localização das nanopartículas iria começar a síntese de fármacos de proteína que mataria as células cancerosas. 

Se funcionar em pacientes humanos, o método deve ter um valor particular em atacar os tumores metastáticos, criados pela propagação do cancro a partir do seu local inicial para outras partes do corpo. Estes causam 90% das mortes por cancro em seres humanos.

Os pesquisadores enfatizam que a abordagem irá requerer vários avanços antes que os médicos possam usá-lo em pacientes com cancro. Mas a experiência com ratos, publicado na revista Nano Letters, mostrou a viabilidade do conceito.

O método envolve a montagem das matérias-primas para a fabricação de uma proteína específica numa fábrica em miniatura e, em seguida, a construção de uma nanopartícula em torno dela. Toda a montagem é de cerca de mil vezes menor do que o diâmetro de um fio de cabelo humano.

As "paredes" consistem em moléculas estruturais chamadas lípidos, que existem em todos os organismos vivos. No interior das paredes, cada mini-fábrica contém ribossomas, aminoácidos e enzimas, juntamente com sequências curtas de DNA correspondentes à proteína desejada. Outra substância química chave fornece o gatilho para a produção de proteínas. Normalmente ele funciona como uma gaiola, que mantém o DNA na verificação. Mas a luz faz com que a gaiola se abra e liberte o DNA.

Na sua experiência, os pesquisadores do MIT carregaram nanopartículas com mini-fábricas programadas para produzir duas proteínas facilmente detectáveis: a proteína verde fluorescente e a luciferase. Em seguida, a equipa injectou uma suspensão que continha as partículas, nos abdómens dos ratos. Depois da luz ultravioleta sobre os ratos, detectou-se as cores características das duas proteínas, indicando que a luz  conseguiu estimular as nanopartículas a produzir as proteínas.

Depois de provar o conceito, a equipa agora estende-se na direcção da possível utilização em seres humanos. Enquanto procuram desenvolver a aplicação humana da tecnologia, a equipa está ciente da necessidade de evitar consequências indesejadas, como a destruição de células saudáveis juntamente com as cancerosas. 


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