Emissões de Gases de Efeito Estufa Remontam à Época Romana

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Pela queima de madeira, os seres humanos têm contribuido de forma significativa para as emissões de gases de efeito estufa, facto que remonta até ao tempo do Império Romano, dizem os pesquisadores. A descoberta pode levar os cientistas a repensar alguns aspectos dos modelos de mudança climática, que assumem que os seres humanos não eram responsáveis ​​pelo gás de efeito estufa anterior à Revolução Industrial.

"Acreditava-se que as emissões começaram em 1850. Nós mostramos que os seres humanos já começaram a impactar o efeito estufa muito antes", disse a co-autora Célia Sapart da Utretcht University, na Holanda. O metano é um gás de efeito estufa com 20 vezes o poder de aquecimento do dióxido de carbono. Os incêndios florestais, as zonas húmidas e as erupções vulcânicas naturalmente liberam metano para a atmosfera. Mas as ações humanas, como a criação de gado ou a queima de combustível fóssil, respondem agora por mais da metade do metano libertado.

Para ver à quanto tempo os seres humanos têm vindo a produzir quantidades significativas de metano, Sapart e seus colegas analisaram amostras de gelo da Gronelândia. Minúsculas bolhas de ar presas no gelo fornecem uma amostra perfeita da atmosfera há milhares de anos atrás: A fração de isótopos de carbono leves e pesados ​​(átomos do mesmo elemento, mas com diferente número de neutrões) dentro destas bolhas de ar não só pode revelar níveis atmosféricos de metano, mas dizem aos pesquisadores se o gás veio de incêndios florestais, zonas húmidas ou de outras fontes.

No seu artigo, detalhado na revista Nature, os pesquisadores descobriram que a produção de metano foi alta em torno de 100 AC, durante o auge do Império Romano, e diminuiu em torno de 200 DC, com a decadência do império O metano foi lançado quando os romanos queimaram florestas para limpar a terra para cultivos e assentamentos em expansão, desse Sapart. Este período também coincidiu com o pico da dinastia Han da China, que queimou grandes quantidades de madeira para forjar espadas. Uma vez que a dinastia caiu em torno de 200 DC, os níveis de metano na atmosfera também caíram.

A produção de metano também disparou por volta de 1400, como as pessoas queimaram madeira para se aquecerem na Europa, acreditam os investigadores. Em todo o período de tempo estudado, as atividades humanas, como o cultivo de alimentos ou o aquecimento foram responsáveis ​​por 20 a 30% do metano libertado pela combustão da matéria orgânica. Naturalmente, as emissões de metano históricas eram ainda pequenas em comparação com os níveis modernos.

Os resultados sugerem que as previsões de mudança climática podem precisar de ajustes, diz Sapart. Os modelos de previsão assumem como base, que os níveis naturais de emissões de metano podem prever como as ações humanas vão alterar os níveis no futuro. Anteriormente, os pesquisadores pensavam que eventos naturais tinham produzido quase todo o metano antes da industrialização.

"O grande objetivo de tudo isso é para tentar prever como concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera vão evoluir no futuro", disse Sapart. "Já nesse período os seres humanos foram emitindo gases de efeito estufa, especialmente metano, por isso precisamos reconsiderar o que são condições naturais."


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