Como o cérebro de um médium se altera num transe

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http://www.ciencia-online.net/2012/11/como-o-cerebro-de-um-medium-se-altera.html
A experiência sobrenatural dos mortos se comunicarem através dos vivos já foi analisada com imagens do cérebro. A sua atividade cerebral sugere que aqueles mais especialistas em entrar nesses transes do outro mundo, muitas vezes experimentam uma queda na atenção, auto-conhecimento e consciência, disseram os cientistas.

Na prática conhecida como mediunidade, pessoas conhecidas como médiuns afirmam estar em contato com, ou mesmo sob o controle de espíritos de mortos. Uma forma de mediunidade, conhecida como psicografia, envolve transes onde os mortos supostamente escrevem usando as mãos do médium vivo.

"As experiências espirituais afetam a atividade cerebral, isto é conhecido. Mas a resposta cerebral à mediunidade, a prática de supostamente estar em comunicação com, ou sob o controle do espírito de uma pessoa falecida, recebeu pouca atenção científica", disse o pesquisador Andrew Newberg,  da Universidade Thomas Jefferson, EUA.

Para saber mais sobre psicografia, os cientistas analisaram 10 médiuns brasileiros - cinco  experientes e cinco menos experientes. Eles foram injetados com um marcador radioativo que permitiu aos pesquisadores estudar o fluxo de sangue em seus cérebros, vendo que regiões estavam ativas e inativas durante a escrita normal e psicografia. 

Para a escrita em transe, os voluntários foram convidados a seguir os seus métodos usuais para "entrar em contato com os mortos" e escrever enquanto estivessem nesse estado de transe, enquanto durante a escrita normal, eles foram convidados a escrever sobre um tema que muitas vezes escreviam durante psicografia.

Os médiuns tinham entre 15 e 47 anos de experiência em psicografia, realizando até 18 psicografias por mês gratuitamente. Todos eram destros, estavam em boa saúde mental, e não está usando algum tipo de fármaco psiquiátrico. Os psicógrafos experientes, muitas vezes relataram experiências fora-do-corpo e pouca ou nenhuma consciência do que estavam a escrever. Os menos experientes, muitas vezes relataram sentir-se inspirados a escrever frases ditadas a eles nas suas mentes. 

Quando os cientistas analisaram a escrita normal criada pelos participantes, descobriram que a escrita psicográfica era mais complexa - por exemplo, as palavras eram mais longas, mais palavras foram usados ​​por frase. Este aumento na complexidade foi visto especialmente nos participantes mais especializados. Curiosamente, estes apresentaram níveis mais baixos de atividade em regiões do cérebro do lobo frontal do cingulado anterior esquerdo e giro precentral direito, durante a psicografia. 

Estas áreas estão ligadas com o raciocínio, planeamento, gerar linguagem de movimento, e resolução de problemas, talvez refletindo uma ausência de foco, auto-conhecimento e consciência durante a psicografia. Os mesmos participantes também experimentaram menos atividade no hipocampo esquerdo, que está ligada com a emoção, e no giro superior temporal direito, que está relacionada com a audição.

Os participantes menos experientes mostraram comportamentos cerebrais opostos, tais como níveis significativamente mais elevados de fluxo sanguíneo nas mesmas áreas durante a psicografia. Este aumento da atividade pode ser relacionado à forma como eles aparentemente tiveram que "trabalhar mais" durante a psicografia, disseram pesquisadores.

O fato de que os participantes não eram doentes mentais sugere que estas experiências incomuns podem ser comuns na população em geral e não necessariamente relacionadas a transtornos mentais. Os pesquisadores sugeriram que à medida que a  atividade do lobo frontal diminuía, as áreas cerebrais associadas à criatividade tornaram-se menos inibidas, de forma semelhante ao que acontece quando se consome álcool ou drogas. 

No entanto, o consumo de álcool ou drogas, bem como meditação e improvisação musical, conduzem a uma atividade cerebral bem distinta da psicografia, observaram os pesquisadores. Os cientistas detalharam as suas descobertas online a 16 de novembro na revista PLoS ONE.


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1Comentários
  1. Ta ai uma coisa que não acredito é em mediunidade e nem nessas ciencias furadas, abços.

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