Milhões de pessoas usam marijuana - uma combinação de retalhados de folhas, caules e botões de flores da planta Canabis, alguns por motivos recreativos e outros pelos seus supostos benefícios médicos. Enquanto a erva popular tem sido usada para fins medicinais durante séculos, o debate sobre a sua eficácia continua.
Algumas das primeiras descobertas das propriedades do canabis datam de 2700 AC na China, onde foi descrito em farmacopédias. Os antigos gregos e egípcios usavam para doenças, e o conhecimento da erva espalhou-se pela Europa. Em 1484, o Papa Inocêncio VIII proibiu o haxixe, uma resina concentrada produzida a partir das flores da planta Canabis. No século XX, o movimento Rastafari religioso incorporou a marijuana na fé como meio de descoberta espiritual.
Compostos da canabis podem aliviar a dor, náuseas, combater e estimular o apetite. Ao contrário de muitas drogas de abuso, uma overdose de marijuana não é letal. Embora a canabis possa ser viciante para alguns, o potencial para a formação de um vício é menor do que alguns fármacos e outras drogas de abuso.
No entanto, a marijuana tem efeitos colaterais. O seu produto químico principal psicoativo é o THC, ou tetrahidrocanabinol, um dos mais de 60 canabinóides (substâncias químicas únicas do canabis). O THC liga-se aos receptores de canabinóides, que estão concentrados em áreas do cérebro associados à percepção do pensamento, memória, prazer, coordenação e tempo.
Os efeitos da marijuana podem interferir com o julgamento, com a atenção e com o equilíbrio. De igual forma, também suprime o sistema imunológico, o que pode ser prejudicial para muitas pessoas, mas útil para outras com certas condições de saúde. Embora a marijuana tenha sido conhecida por diminuir a pressão no interior dos olhos, um sintoma da doença do glaucoma, a investigação tem mostrado que outros medicamentos podem ser mais eficazes.
Estudos produziram resultados contraditórios sobre se fumar marijuana carrega um risco de cancro acrescido. Segundo a Sociedade Americana de Cancro, a pesquisa mundial sobre os benefícios e efeitos colaterais dos compostos da marijuana está em curso. Alguns compostos na marijuana, já foram desenvolvidos para produtos farmacêuticos.
De facto, o Canadá, a Nova Zelândia e vários países da Europa aprovaram o spray nasal Sativex, que usa canabinóides purificados derivados do canabis para o tratamento da dor do cancro e espasmos musculares na esclerose múltipla. A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou dois medicamentos com canabinóides sintéticos, dronabinol e nabilona, que tratam náusea e problemas de apetite em pacientes de cancro e HIV. No entanto, a FDA não aprovou o canabis na sua forma de planta como um tratamento.
