Em crianças que sofrem abalos, os efeitos da lesão podem durar meses, diz um novo estudo.
Os pesquisadores estudaram 30 crianças entre as idades de 10 e 17 anos, realizando exames ao cérebro e aplicação de testes cognitivos. Metade das crianças tinha sofrido recentemente abalos em que tinham perdido a consciência e mostrado alterações do estado mental.
Duas semanas após os ferimentos, as crianças com contusões mostraram pequenos défices na sua cognição e mudanças na matéria branca dos seus cérebros, em comparação com aqueles que não haviam sofrido lesões cerebrais. A matéria branca consiste em fibras nervosas rodeadas pela gordura isolante chamada mielina.
Mas três meses depois, enquanto os sintomas das crianças tinham desaparecido, exames cerebrais mostraram ainda mudanças na substância branca das crianças que sofreram abalos. "Estas descobertas podem ter implicações importantes sobre quando é realmente seguro para uma criança retomar as atividades físicas que podem produzir uma segunda contusão, podendo também ferir um cérebro já vulnerável", disse o pesquisador Andrew Mayer, da Universidade do Novo México.
Mais pesquisas são necessárias para determinar se as mudanças na massa branca presentes após quatro meses representam um processo de recuperação prolongada ou mudança permanente no cérebro. O estudo foi publicado quarta-feira (12 de dezembro) no Journal of Neuroscience.
