Big Bang não precisou de Deus, diz Stephen Hawking

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http://www.ciencia-online.net/2013/04/big-bang-nao-precisou-de-deus-diz.html
O nosso universo não precisa de nenhuma ajuda divina para emergir, disse o famoso cosmólogo Stephen Hawking no Instituto de Tecnologia da Califórnia na noite de terça (16 de abril).

Numa palestra de sucesso e com excesso de pessoas na plateia, Stephen Hawking começou o evento a recitar um mito da criação Africano, e moveu-se rapidamente para grandes questões como: Por que estamos aqui?

Ele observou que muitas pessoas ainda buscam uma solução divina para contrariar as teorias de físicos curiosos, e num ponto, ele brincou: "Que fazia Deus antes da criação divina? Ele estava a preparar o inferno para as pessoas que faziam essas perguntas?"

Depois de delinear o debate teológico histórico sobre como o universo foi criado, Hawking deu uma rápida revisão de explicações cosmológicas mais científicas, incluindo Fred Hoyle e a teoria do estado estacionário de Thomas Gold. Esta ideia parte da hipótese de que não há começo nem fim e que as galáxias continuam a formar-se a partir de matéria criada espontaneamente.

Hawking disse que esta teoria e várias outras ideias não se sustentam, citando as recentes observações por telescópios espaciais e outros instrumentos. Depois de dar um breve histórico sobre a física relativista e cosmologia, Hawking discutiu a ideia de uma repetição do Big Bang. Ele observou que, na década de 1980, ele e físico Roger Penrose provaram que o universo não poderia "saltar" quando contraído, como havia sido teorizado.

Portanto, o tempo começou no momento da singularidade, e esta ocorreu provavelmente apenas uma vez, disse Hawking. A idade do universo - hoje acredita-se ter cerca de 13.800 milhões anos - encaixa-se nesse modelo, como o número e a maturidade das galáxias observadas a parecerem encaixar-se no esquema geral.

Noutra observação da religião moderna, Hawking observou que na década de 1980, na época em que lançou o artigo a discutir o momento em que o universo nasceu, o Papa João Paulo II exortou a comunidade científica contra o estudo do momento da criação. "Eu estava feliz por não ser atacado pela inquisição", brincou Hawking.

Ele acabou por delinear a "teoria-M", que se baseia, em parte, nas ideias apresentadas há alguns anos por um outro físico famoso, Richard Feynman. Hawking considera a teoria como a única grande ideia que realmente explica o que observou.

A teoria M postula que múltiplos universos são criados a partir do nada, explicou Hawking, com muitas histórias possíveis e muitos estados possíveis de existência. Em apenas alguns desses estados seria a vida possível, e menos ainda poderia algo como a humanidade existir. Hawking mencionou que se sentia feliz por estar a viver neste estado de existência.

Hawking encerrou o evento com um apelo familiar à exploração contínua do cosmos: "Temos de continuar a ir para o espaço para o futuro da humanidade", disse ele, acrescentando: "Eu não acho que nós vamos sobreviver outros mil anos sem fugir do nossa frágil planeta".

Hawking tem lutado contra a doença esclerose lateral amiotrófica neurológica debilitante, também conhecido como doença de Lou Gehrig, há 50 anos.
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