Nova técnica de imagem torna os órgãos transparentes (com vídeo)

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http://www.ciencia-online.net/2013/04/nova-tecnica-de-imagem-torna-os-orgaos.html
Pela primeira vez, os cientistas desenvolveram uma maneira de tornar os órgãos transparente à luz, mantendo-os intactos, proporcionando uma visão detalhada da sua estrutura interna.

Usando a nova técnica, os cientistas fizeram imagens de fiação neurológica no cérebro de um rato. O método, conhecido como CLARITY (Clear Lipid-exchanged Acrylamide-hybridized Rigid Imaging/Immunostaining/In situ hybridization-compatible Tissue-hYdrogel), foi descrito online a 10 de abril na revista Nature.

"Estudar sistemas intactos com este tipo de resolução molecular e alcance global - por ser capaz de ver os pequenos detalhes e o grande quadro ao mesmo tempo - tem sido uma meta importante não atendida, em biologia, e um objetivo que o CLARITY começa a enfrentar", disse o líder do estudo Karl Deisseroth, bioengenheiro e psiquiatra da Universidade de Stanford.

Tradicionalmente, fazer as imagens de órgãos como o cérebro envolvia cortá-lo em lâminas finas, que destrói as ligações de longa distância entre as células. Métodos de imagem de órgãos integrais intactos existem, mas geralmente não são compatíveis com os métodos de estudo dos genes e outras coisas a nível molecular. A nova técnica permite aos cientistas estudar órgãos intactos em diferentes escalas, a partir do amplo até ao muito detalhado.

O método funciona através da remoção do tecido adiposo que rodeia as células e os torna opaca, preservando ao mesmo tempo a estrutura do tecido. Primeiro, o tecido é embebido numa mistura de produtos químicos e aquecidos ligeiramente para formar uma malha que mantém tudo no lugar excepto as partes gordas. As partes gordas são removidas do tecido pela aplicação de uma tensão eléctrica que puxa para fora.


Isso deixa o tecido intacto e praticamente transparente. Os marcadores moleculares podem ser adicionados para colorir partes específicas do órgão. 

O físico Winfried Denk do Instituto Max-Planck para Pesquisa Médica, na Alemanha, descreve a nova técnica como "um grande passo em frente na microscopia de luz de todo o cérebro", acrescentando que "parece resolver muitos dos problemas que afligiam os outros métodos utilizados para este fim".

Os pesquisadores dizem que a técnica de imagem permitirá uma compreensão mais profunda da função do cérebro na saúde e na doença. As principais limitações da técnica são na óptica do microscópio, e não no tecido transparente em si, dizem eles.
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