Quem entende melhor o bebé: a mãe ou o pai? (com vídeo)

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Os pais são tão bons quanto as mães a identificar gritos únicos dos seus bebés, sugere nova pesquisa. Os resultados, publicados ontem (16 de abril) na revista Nature Communications, sugerem que a experiência, não o instinto maternal, leva a um melhor reconhecimento.

"Antes deste estudo, pensava-se que as mães eram mais capazes de reconhecer os gritos da criança do que os pais", disse o co-autor Nicolas Mathevon, da Universidade Jean Monnet, em França. "Os pais são tão bons quanto as mães nessa tarefa e é apenas uma questão de aprendizagem". 

Não está claro se ser capaz de distinguir um grito de bebé de outro é importante para os seres humanos. "Nós não somos como pinguins com crianças perdidas, entre centenas de outras que temos que reconhecer", disse Mathevon ao LiveScience.

Ainda assim, poder distinguir os gritos do seu bebé de outros pode significar que um pai é mais capaz de identificar outras necessidades, como fome ou dor, dos gemidos chorosos, acrescentou. Estudos anteriores sugeriram que as mulheres eram, em geral, melhores do que os homens nessa tarefa, e alguns pesquisadores ainda têm a visão de que um "instinto materno" enraizado, pelo menos em parte, geneticamente poderia explicar essa diferença. 

Outra pesquisa sugeriu que o choro do bebé aumenta a hormona testosterona nos homens, algo que pode desencadear comportamentos de proteção. Para ver como homens e mulheres diferem na tarefa, o grupo gravou o choro de bebés em dois locais - França e República Democrática do Congo. 

Então, pediram a 27 pais e 29 mães para dizerem qual era o choro do seu bebé entre os restantes. Em média, os pais foram capazes de escolher corretamente o choro do seu bebé em cerca de 90% das vezes. Os homens podiam distinguir tão bem quanto as mulheres - desde que passassem pelo menos quatro horas por dia com os seus bebés. 



Homens que passavam menos tempo com os seus bebés tiveram um desempenho significativamente pior na tarefa. A capacidade de distinguir o choro do seu bebés não diferiu em termos culturais ou com o género do bebê.

No trabalho de follow-up, a equipa de Mathevon também descobriu que as mulheres que passaram menos de quatro horas por dia com os seus pequenos também tiveram um pior desempenho na tarefa de reconhecimento do choro, sugerindo que a experiência, não o instinto, aperfeiçoou essa capacidade.

Os resultados reforçam a noção de que os seres humanos evoluíram para ser criadores cooperativos, não apenas com as mães, mas também com os pais, irmãos, tias e tios implicados na criação dos filhos, disse Mathevon. Como resultado, todos - não apenas mulheres - teriam a capacidade de cuidar de uma criança.

No seguimento do trabalho, Mathevon quer ver se os homens e as mulheres diferem relativamente à sua capacidade de escolher necessidades específicas, como a fome ou desconforto, no choro dos seus bebés.

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