Produtos naturais podem pôr em risco tratamento do cancro

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http://www.ciencia-online.net/2013/05/produtos-naturais-podem-por-em-risco.html
Investigadora alerta que os doentes oncológicos são os que apresentam os casos mais graves resultantes da toma de medicamentos conjugada com a toma de produtos naturais, que podem comprometer o tratamento e até ameaçar a vida dos pacientee.

A fragilidade e o desespero inerentes a patologias como o cancro levam muitas vezes as pessoas, que se encontram em estados mais vulneráveis, a procurar curas milagrosas, sem efeitos adversos, diz Maria da Graça Campos, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, Portugal.

“Os doentes oncológicos são os mais bombardeados com produtos mais bioactivos, que normalmente são mais tóxicos", refere a investigadora à agência Lusa, acrescentando que têm sido registados “muitos casos graves em Portugal, e noutros países do mundo”, devido à interacção destes produtos com os fármacos comuns.

Tratam-se de produtos compostos por substâncias activas que visam primordialmente três objectivos: desintoxicar, tratar o processo tumoral e acalmar os pacientes. No entanto, a investigadora adverte que, além de não lhes tratar o processo tumoral, estes produtos comprometem muitas vezes os tratamentos e, em algumas situações, podem pôr em risco a vida do doente.

Quando consumidas em simultâneo podem causar graves danos na saúde do doente, alerta a especialista, dando como exemplos o aloés, a alcachofra e a erva de São João, conhecida também por hipericão. “É importante que esta população tome consciência dos riscos a que é exposta quando faz esta terapia associada”, sublinha a investigadora. A investigadora refere ainda que, muitas vezes, os doentes não contam ao médico que estão a fazer esta medicação em paralelo.

“Algumas vezes porque têm receio da reacção do clínico que o está acompanhar, mas outras vezes também são um pouco induzidos por quem lhes recomenda essas tomas”, explica. Na maioria das vezes, dizem-lhe que o produto não interfere com o tratamento que estão a fazer, como a quimioterapia. “Isso não é verdade, aliás é muito falso”, frisa Graça Campos, argumentando que, “na maioria das situações, a toxicidade é muito elevada”.

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