Túmulo descoberto sugere que as mulheres governaram uma misteriosa e brutal cultura no Peru

Os arqueólogos que trabalham no Peru descobriram o esqueleto de uma mulher que acreditam ter sido uma sacerdotisa de uma cultura misteriosa que existia há cerca de 1.200 anos. 

Os restos pré-hispânicos foram encontradas no final de julho numa câmara mortuária impressionante localizada na província de Chepén, no norte do país, de acordo com a Agence France-Presse.

A sacerdotisa parece ter sido uma líder de uma antiga cultura conhecida como Moche, ou Mochia. Há cerca de 2.000 anos atrás, o Moche dominava a paisagem cultural do que é agora o norte do Peru, tendo construído grandes pirâmides de tijolos de barro, antes de desaparecer sem qualquer explicação. O nome Moche vem do local do Moche, uma antiga cidade capital.

Pesquisadores passaram anos tentando desvendar os enigmas de uma sociedade que não deixou nenhum registo escrito. De acordo com a BBC, ilustrações mostram os Moche envolvidos em ataques brutais de combate ritualizado, que terminavam com os perdedores a serem sacrificados.

A sacerdotisa descoberta em Chepén foi enterrada com sacrifícios humanos de crianças e adultos, informou a AFP. Ela junta-se a uma lista de várias outras sacerdotisas que foram encontradas no norte do Peru nos últimos anos.

Sem dúvida a mais importante delas foi uma múmia feminina elaboradamente tatuada descoberta numa câmara funerária cheia de tesouros e armas. Anunciada ao público em 2006, a múmia Moche foi mais tarde apelidada de "Senhora de Cao", e acredita-se ter sido uma líder da civilização há entre 1.700 e 1.600 anos, antes de morrer no parto. 

Na época, os arqueólogos disseram que a descoberta da Senhora de Cao foi semelhante em importância à descoberta da tumba do rei Tut, no Egipto, de acordo com a National Geographic.