Estimulação magnética pode aumentar habilidades sociais em autistas

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Estimulação magnética pode aumentar habilidades sociais em autistas


Através da utilização de estímulos eletromagnéticos no crânio, uma equipa de cientistas conseguiu impulsionar as habilidades sociais em pessoas com autismo, de acordo com um novo estudo citado na New Scientist.

As pessoas diagnosticadas com autismo costumam ter dificuldade em estabelecer interações sociais. No passado, estudos científicos mostraram que uma região do cérebro fica praticamente inativa nos autistas. Tal área está associada à compreensão de pensamentos e crenças das outras pessoas.  

Ao saber desse facto, cientistas da Universidade de Monash, em Melbourne, Austrália, resolveram usar a estimulação magnética transcraniana. Tal técnica implica encostar uma bobina à cabeça do paciente produzindo um potente campo magnético que, ao oscilar, gera uma corrente elétrica.

De acordo com os cientistas, esse método indolor pode estimular as áreas do cérebro do paciente que estão inativas, fazendo-as funcionar melhor. A experiência envolveu 28 adultos diagnosticados com autismo. 

De forma específica, alguns participantes receberam 15 minutos de estimulação magnética durante 10 dias, enquanto outros não receberam a estimulação magnética, apesar de terem a bobina colocada na cabeça, numa espécie de placebo.

Antes e após a terapia, os participantes fizeram uma série de testes de habilidades sociais. O resultado mostrou que aqueles que receberam a estimulação melhoraram significativamente as habilidades sociais ao final de um mês. 

Tais resultados são deveras surpreendentes, sendo que como exemplo, uma das voluntárias começou a fazer chá para a sua irmã que estudava para uma prova, sugerindo que entendeu o estado emocional da irmã e queria ajudar.

Por outro lado, tais alterações não se verificaram nas pessoas que receberam o placebo. No entanto, e apesar dos resultados serem interessantes, os cientistas ressaltam que a pesquisa ainda está nos seus estágios iniciais. 

De facto, ainda é preciso entender quais as áreas que a estimulação atingiu exatamente. Isso porque os participantes não passaram no teste de dedução dos estados mentais dos outros. Assim, ainda não está clara a razão dos voluntários apresentarem uma melhoria nas habilidades sociais. 

De acordo com os pesquisadores, a região do cérebro que precisa de ser estimulada fica longe da superfície do cérebro. Por essa razão, é difícil atingir essa mesma área com grande precisão, o que pode afetar os resultados.

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