Microscopia inovadora conquista Prêmio Nobel de Química

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Microscopia inovadora conquista Prêmio Nobel de Química
O Prêmio Nobel deste ano em Química foi atribuído a três cientistas devido ao desenvolvimento de um método de microscopia que pode chegar a nanodimensões. [Lista: Prémio Nobel da Química]

Tal técnica permite também observar o funcionamento interno de células vivas em tempo real, anunciou a Real Academia Sueca de Ciências hoje (08 de outubro).

O trabalho de Eric Betzig, Stefan W. Hell e William E. Moerner, foi inovador, já que superou o que era considerado ser um limite físico na microscopia óptica.

Em 1873, o microscopista Ernst Abbe disse que os microscópios de luz nunca poderiam visualizar algo em resoluções inferiores a 0,2 micrômetros, ou metade do comprimento de onda da luz.

Para efeitos de comparação, uma célula bacteriana de E. coli tem cerca de 3 micrômetros de comprimento, enquanto o vírus da gripe tem 0,13 micrômetros (130 nanômetros) e a hemoglobina no interior das células vermelhas do sangue tem apenas de 0,006 micrômetros (6,5 nm).

Por causa das descobertas do trio, os cientistas podem agora usar microscopia de luz que se baseia em moléculas fluorescentes para perscrutar o mundo nano, ou objetos (e seres vivos), que têm tamanhos da ordem de apenas bilionésimos de um metro.

Em 2000, Hell desenvolveu o que é chamado de microscopia de esgotamento de emissão estimulada (STED), em que um feixe de laser faz moléculas fluorescentes brilharem e outro anula toda a fluorescência com exceção da anterior, a uma escala nanométrica.

O resultado é uma resolução maior do que a colocada por cálculo de Abbe. Separadamente, Betzig e Moerner desenvolveram a microscopia de uma única molécula, em que se fazem imagens da mesma área de uma amostra, deixando apenas algumas moléculas brilhar de cada vez.

Ao sobrepor estas imagens, o método pode produzir uma super-imagem com resolução de nível nano. Betzig utilizou o método para a primeira vez em 2006. Os três cientistas vão dividir o Prêmio Nobel no montante de 8 mil Coroas suecas ou US $ 1,1 milhão.

Betzig está agora no Instituto Médico Howard Hughes, em Ashburn, Virginia; Hell está no Instituto Max Planck de Química e Biofísica e no Cancer Research Center alemão e Moerner está na Universidade de Stanford.

Até agora, esta semana, a Academia concedeu o Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta do "GPS interno" do cérebro e o Prêmio Nobel de Física pela invenção de LEDs azuis, e agora o Prêmio Nobel de Química. [Livescience]
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