Famílias ricas obedecem a economia em vez de evolução

Dygnim

"Crescei e multiplicai-vos" pode ser mau conselho para os pais que querem garantir o sucesso económico dos seus descendentes. Um estudo realizado na Suécia abrangendo cinco gerações confirma que as famílias mais ricas tendem a permanecer pequenas, apesar das pressões evolutivas para ter máximo número possível de filhos. 


Os biólogos evolucionistas estão cientes de um fenómeno curioso que entra em ação quando as sociedades se tornam industrializadas: as famílias mais ricas começam a ter menos filhos, sugerindo que a preocupação deixa de incidir na maximização da sua reprodução.

Uma provável explicação para isso é o facto de que ter menos filhos permite que os pais invistam mais em cada criança e dividir a sua riqueza menos vezes. Consequentemente, as crianças podem manter o alto nível socioeconómico apreciado pelos seus pais. 

Anna Goodman, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, e colegas, encontraram evidências que suportam esta teoria em famílias suecas. A equipa estudou dados recolhidos em 14 mil pessoas nascidas entre 1915 e 1929. Os registos incluem detalhes relativos aos filhos, netos e bisnetos.

Tal como esperado, os pais ricos tiveram menos filhos e as crianças tenderam a manter o alto nível socioeconómico dos pais. O estudo confirmou ainda que este fenómeno mantém-se no tempo, mesmo após quatro gerações.