As células cerebrais podem sobreviver ao corpo

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http://www.ciencia-online.net/2013/02/as-celulas-cerebrais-podem-sobreviver.html
As células do cérebro podem viver pelo menos duas vezes mais do que os organismos em que residem, de acordo com uma nova pesquisa.

O estudo, publicado a 25 de fevereiro na revista Proceedings, descobriu que os neurónios, ou células cerebrais,  de ratos implantadas noutros ratos podem sobreviver com estes até uma idade avançada, o dobro do seu tempo de vida nos ratos originais. Os resultados são uma boa notícia para os entusiastas do prolongamento da vida.

"Estamos lenta mas continuamente a prolongar a vida das pessoas", disse o co-autor Lorenzo Magrassi, neurocirurgião da Universidade de Pavia, em Itália. Então, se a vida humana puder vir a  ser estendida até aos 160 anos, "você não vai perder os seus neurónios, porque eles não têm uma vida útil fixa".

Enquanto a maioria das células do corpo humano estão constantemente a ser substituídas, os seres humanos nascem com quase todos os neurónios que irão ter. Magrassi e seus colegas queriam saber se os neurónios poderiam sobreviver aos organismos em que vivem (com exceção de doenças degenerativas como o mal de Alzheimer).

Para isso, os pesquisadores pegaram em neurónios de ratos e implantaram-nos no cérebro de cerca de 60 fetos de ratos. A equipa, então, deixou que os ratos vivessem as suas vidas inteiras, tendo inspecionado os seus cérebros após a morte. O tempo de vida dos ratinhos foi de apenas cerca de 18 meses, enquanto os ratos normalmente vivem o dobro do tempo.

Os ratos foram considerados completamente normais (apesar de não mais inteligente), sem quaisquer sinais de problemas neurológicos no final da sua vida. E os neurónios que haviam sido transplantados de ratos ainda estavam vivos quando os ratos morreram. Isso significa que é possível que as células poderiam ter sobrevivido mais tempo ainda, se tivessem sido transplantadas numa espécie com período de vida mais longo.

Os resultados foram obtidos a partir de ratos, e não humanos, sendo que podem também ter implicações para o transplante neuronal, podendo vir a ser utilizados para doenças degenerativas, como a doença de Alzheimer ou a doença de Parkinson, disseram os pesquisadores. 

Mas só porque as células do cérebro podem ser capazes de viver indefinidamente não significa que o ser humano poderia viver para sempre. O envelhecimento depende de mais do que apenas o tempo de vida de todas as partes individuais do corpo, e os cientistas ainda não entendem exatamente o processo, disse Magrassi.
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