Clima extremo relacionado com ondas gigantes na atmosfera

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http://www.ciencia-online.net/2013/02/clima-extremo-relacionado-com-ondas.html
Eventos climáticos extremos têm vindo a aumentar nas últimas décadas, e as mudanças climáticas feitas pelo homem podem estar a causá-los por interferirem com padrões globais de fluxo de ar, sugere uma nova pesquisa.

O Hemisfério Norte tem sido atingido por condições meteorológicas extremas nos últimos anos - a onda de calor europeia em 2003, a inundação do Paquistão de 2010 e a onda de calor de 2011 nos Estados Unidos, por exemplo. Estes eventos, de um modo geral, são o resultado de um movimento global de ar.

Ondas gigantes de ar na atmosfera normalmente têm impacto no clima, trazendo ar quente ao norte dos trópicos e ar frio ao sul do Ártico. Mas um novo estudo sugere que essas ondas colossais têm ficado presas durante os eventos climáticos extremos. A duração desses eventos climáticos extremos é crítica, dizem os pesquisadores. Enquanto dois ou três dias de 30 graus Celsius representam pouca ameaça, 20 dias ou mais podem levar a um stress de extremo calor, o que pode provocar mortes, incêndios florestais e colheitas perdidas.


Os pesquisadores criaram equações para modelar o movimento das ondas aéreas maciças, determinando o que é preciso para fazer as ondas moverem-se. A equipa usou esses modelos para triturar os dados meteorológicos diários dos Centros Nacionais de Previsão Ambiental. Durante os eventos climáticos extremos, as ondas estavam realmente presas e amplificado, descobriram os cientistas. Eles também viram um aumento significativo na ocorrência dessas ondas presas.

Veja como as ondas podem ficar presas: A queima de combustíveis fósseis provoca mais aquecimento no Ártico do que em outras latitudes, porque a perda de neve e gelo significa que o calor é absorvido pelo chão mais escuro, não sendo refletido (como seria pelo branco da neve). Esse aquecimento diminui a diferença de temperatura entre o Ártico e as latitudes do norte como a Europa. 

Uma vez que é suposto existirem diferenças no fluxo de ar, uma diferença menor significa menos movimento do ar. Além disso, as áreas de terra aquecem e arrefecem com mais facilidade do que os oceanos. O resultado é um padrão anormal de fluxo de ar que impede que as ondas de ar circulem sobre o solo.

Os resultados do estudo ajudam a explicar o aumento nos extremos climáticos de verão. Pesquisas anteriores já haviam mostrado uma ligação entre mudança climática e condições climáticas extremas, mas não identificou o mecanismo. 

O período de 32 anos estudado fornece uma boa explicação dos últimos eventos climáticos extremos, dizem os pesquisadores, mas é muito curta para fazer previsões sobre quantas vezes esses eventos podem ocorrer no futuro. As descobertas foram publicadas online a 25 de fevereiro na revista Proceedings.
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