Alucinação Estranha: Mulher ouve músicas esquecidas

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Alucinação Estranha: Mulher ouve músicas esquecidas


Certa noite, quando se deitou para dormir, uma mulher de 60 anos de idade, de repente começou a ter estranhas alucinações. Ela contou aos médicos que ouvia música que parecia que estava a saír de um rádio na parte de trás da sua cabeça.

Passados alguns meses, ela ouvia a música o tempo todo, com algumas músicas a repetirem-se por até três semanas. Curiosamente, ela não reconheceu muitas das músicas que a perseguiam, mas elas tinham as partes vocais e instrumentais completas, e quando ela cantarolava as melodias ao seu marido, ele identificava-as como canções populares.

A sua experiência foi descrita num estudo de caso na revista Frontiers in Neurology [veja aqui], e os pesquisadores dizem que parece possível que essas músicas familiares estivessem trancadas na sua memória e inacessíveis, exceto durante as alucinações.

"Para o nosso conhecimento, este é o primeiro relato de alucinações musicais de canções não-reconhecidas que foram reconhecidas por outras pessoas no ambiente do paciente", afirmam os neurologistas Danilo Vitorovic e José Biller do Centro Médico da Loyola University. "Isso levanta questões intrigantes sobre a memória musical, bem como os mecanismos de esquecimento".

As alucinações ocorrem quando as pessoas têm uma experiência sensorial sem quaisquer estímulos aparentes - eles vêem, ouvem ou até mesmo cheiram coisas que não estão lá. As alucinações musicais são uma forma de alucinações auditivas, e tendem a ocorrer em pessoas mais velhas. Outras condições foram possivelmente ligadas à experiência, como uma deficiência auditiva, lesões cerebrais, epilepsia e distúrbios psiquiátricos, dizem os pesquisadores.

A mulher descrita no relatório de caso era deficiente auditiva. Ela já havia sido diagnosticada com perda auditiva moderada e zumbido, uma condição caracterizada por um zumbido nos ouvidos. Ela experimentou uma melhora nos seus sintomas de alucinação, quando foi tratada com a carbamazepina, um medicamento anti-convulsivo, disseram os pesquisadores.

Vitorovic e Biller escreveram que o seu caso pede um estudo mais aprofundado sobre o que acontece com memórias esquecidas. Eles propõem que é possível que essa paciente tivesse lembranças musicais que estavam presentes, mas não acessíveis.

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