Explosão estelar semeou o nosso sistema solar, sugere estudo

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Explosão estelar semeou o nosso sistema solar, sugere estudo


A morte explosiva de uma estrela semeou matéria no sistema solar logo após o seu nascimento, segundo uma análise feita recentemente em um meteorito.

A Terra e o restante do sistema solar se uniram a partir de uma gigantesca nuvem de gás e poeira há mais de 4,5 bilhões de anos. Muitos dos detalhes sobre a vizinhança galáctica em que o sistema solar surgiu ainda permanecem um mistério.

Meteoritos contêm parte do material mais antigo do sistema solar, que remonta a sua formação. Sabendo disso, os pesquisadores muitas vezes analisam esses objetos visando descobrir quais os materiais que estavam presentes quando o Sol, a Terra e outros planetas nasceram. 

Este estudo lança luz sobre de onde a matéria dos corpos do sistema solar podem ter vindo. Todos os elementos mais pesados ​​que o níquel são criados por supernovas, explosões gigantes resultantes da morte de estrelas. 

Estas explosões são brilhantes o suficiente para ofuscar momentaneamente galáxias inteiras. Agora, os cientistas, analisando meteoritos, descobriram que uma supernova pode ter injetado matéria no sistema solar após os primeiros corpos sólidos do sistema solar se formarem.

A equipe de cientistas liderada por Gregory Brennecka, cosmoquímico do Lawrence Livermore National Laboratory, nos EUA, investigou o meteorito Allende, que caiu no México em 1969. Eles focaram em pedaços dentro desses meteoritos conhecidos como inclusões ricas em cálcio e alumínio. 

Estas partículas são alguns dos objetos mais antigos do sistema solar – eles foram os primeiros sólidos a se formarem no disco protoplanetário que eventualmente deu origem a Terra e aos demais planetas.

Os cientistas estudaram a vasta gama de isótopos dentro dessas inclusões. Em geral, os elementos vêm em uma variedade de isótopos, que diferem em quantos nêutrons eles possuem no seu núcleo atômico; o carbono-12 tem 6 nêutrons, enquanto o carbono-13 tem 7 (ambos têm 6 prótons).

Brennecka e seus colegas descobriram que essas inclusões tinham concentrações semelhantes de isótopos. No entanto, as concentrações eram distintas da composição dos materiais que formam a maior parte dos meteoritos e da Terra.

Os pesquisadores propõem que as inclusões se formaram perto do Sol primordial, possivelmente dentro de um período tão curto quanto 20.000 a 50.000 anos. 

Como tal, a matéria de uma supernova nas proximidades não contaminou essas inclusões, como aconteceu nas regiões exteriores do disco protoplanetário do sistema solar. As inclusões mais tarde se misturaram com o material que passou a compor o meteorito Allende e outras rochas.

“Não só sabemos que a supernova aconteceu, como também pudemos ver quais materiais foram injetados e como eles mudaram a composição elementar e isotópica do nosso sistema solar”, disse Brennecka.

Estes resultados são consistentes com a ideia de que o sistema solar se formou em uma região ativa de formação estelar da galáxia. Berçários estelares são muitas vezes o lar de estrelas que explodem em supernovas.

Futuras pesquisas podem nos ajudar a compreender melhor as impressões digitais dessa supernova em outras amostras, e qual é a influência que outras possíveis supernovas tiveram no desenvolvimento do nosso sistema solar. [Space / Mistérios do Mundo]
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