Planeta pode existir ao redor de estrela vizinha fracassada, dizem astrónomos

0
Planeta pode existir ao redor de estrela vizinha fracassada, dizem astrónomos
Astrónomos descobriram sinais de um possível exoplaneta num sistema próximo de estrelas gémeas fracassadas. 

Se confirmado, o planeta alienígena seria um dos mais próximos do nosso sol já encontrado.

Os cientistas só descobriram o par de estrelas fracassadas, conhecidas como anãs marrons, no ano passado. O par está localizado a apenas 6,6 anos-luz da Terra, e é o terceiro sistema mais próximo do nosso sol. 

Na verdade, está tão perto que “as transmissões de televisão de 2006 estão agora a chegar lá”, disse Kevin Luhman, do Centro de Penn State de Exoplanetas e Mundos Habitáveis.

O sistema de anãs marrons, que foi apelidado de Luhman 16AB, foi oficialmente chamado de WISE J104915.57 – 531906, e fica um pouco mais distante do que a estrela de Barnard, uma anã vermelha a 6 anos-luz, que foi vista pela primeira vez em 1916. 

Ainda mais perto do nosso sol fica Alpha Centauri, cujas duas principais estrelas formam um par binário a cerca de 4,4 anos-luz de distância. O planeta alienígena Alpha Centauri Bb é conhecido por orbitar uma das estrelas do sistema Alpha Centauri, e atualmente detém o título de mais próximo exoplaneta do sistema solar.

As anãs marrons foram vistas em dados do observatório WISE, da NASA, que registou cerca de 1,8 milhão de imagens de asteróides, estrelas e galáxias durante a sua ambiciosa missão de 13 meses para fazer uma varredura de todo o céu. 

Anãs marrons são às vezes chamadas estrelas fracassadas, pois elas são maiores que planetas, mas não tem massa o suficiente para iniciar o processo de fusão nuclear em seu núcleo, como as estrelas normais fazem [Anãs marrons: Estrelas falhadas que se assemelham a planetas (com video)]

Henri Boffin, do Observatório Europeu do Sul (ESO), liderou uma equipa de astrónomos que procuram saber mais sobre nossos vizinhos recém-descobertos. O grupo usou o instrumento FORS2 do Very Large Telescope, do ESO, no Paranal, Chile, para fazer medições astrométricas dos objetos durante uma campanha de observação de dois meses, de Abril a Junho de 2013.

“Nós fomos capazes de medir as posições destes dois objetos com uma precisão de alguns milisegundos de arco”, disse Boffin num comunicado. “Isso é como uma pessoa em Paris ser capaz de medir a posição de alguém em Nova York, com uma precisão de 10 centímetros.”

O grupo descobriu que as duas anãs marrons no sistema tem uma massa de 30 a 50 vezes a massa de Júpiter (Em comparação, a massa do nosso Sol é de cerca de 1.000 vezes a massa de Júpiter). Como a massa das estrelas é tão baixa, elas levam cerca de 20 anos para completar uma órbita em torno de si, afirmam os astrónomos.

A equipa de Boffin também descobriu leves distúrbios nas órbitas desses objetos durante o período de observação de dois meses. Eles acreditam que um terceiro objeto, talvez um planeta em torno de uma das duas anãs marrons, poderia estar por trás dessas pequenas variações.

“Outras observações são necessárias para confirmar a existência de um planeta,” disse Boffin. Até ao momento, apenas 8 exoplanetas foram descobertos em torno de anãs marrons, e eles foram encontrados por meio de microlente e imagem direta. 

A equipa acrescentou que o planeta potencial Luhman 16AB poderia ser o primeiro mundo alienígena descoberto através de medições astrométricas. A pesquisa foi detalhada numa carta ao editor na revista Astronomy and Astrophysics, encontrando-se disponível online no site Arxiv. [Space]
Temas

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)