Cientistas procuram as origens da doença de Alzheimer no espaço

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Cientistas procuram as origens da doença de Alzheimer no espaço

Cientistas irão conduzir experiências no espaço com o objetivo de procurar as origens da doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.


Naturalmente, não estamos a falar sobre pesquisar o universo em busca de respostas, mas sim numa série de experiências que estão prestes a começar na Estação Espacial Internacional.

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Espera-se que ao compreender como esta doença se origina, os cientistas possam finalmente descobrir uma maneira de a curar ou de preveni-la. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, afectando mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo, prevendo-se que duplique a cada 20 anos.

Assim, a cada quatro segundos, alguém é diagnosticado com esta doença degenerativa incurável, tornando-se uma grande preocupação de saúde pública na medida em que a população mundial continua a envelhecer.

Apesar dos avanços significativos na nossa compreensão acerca das mudanças do cérebro associadas à progressão da doença, tanto a cura, ou até mesmo um tratamento eficaz, como as causas do Alzheimer continuam a escapar aos cientistas.

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Sabemos que o cérebro das pessoas com Alzheimer sobre um dramático encolhimento derivado da perda de neurónios e de detritos generalizada oriundos de células que morrem, e que as regiões cerebrais particulares parecem ser suscetíveis a esta atrofia característica. Sabemos, também, que os cérebros das pessoas com Alzheimer possuem um acúmulo de proteínas anormais que se agregam em fibras longas tanto dentro como fora dos neurónios.

Estes agregados parecem ser tóxicos para as células do cérebro e perturbadores do funcionamento celular normal, sugerindo que podem desempenhar um papel importante na patologia de Alzheimer, mas não se sabe o que os leva a desenvolver-se. Parte da dificuldade em estudar como estas proteínas se agregam em fibras é que na Terra, elas tendem a crescer muito lentamente e atingem apenas um tamanho extremamente pequeno.

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Estas questões fundamentaram que os cientistas procurassem novos métodos de pesquisa, voltando-se agora para o espaço. A bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), o ambiente de microgravidade deverá permitir que as fibras cresçam mais rapidamente e fiquem significativamente maiores do que nos laboratórios terrestres.

Além disso, o ambiente sem peso do espaço, poderá permitir que as fibras cresçam como acontece naturalmente no corpo, podendo oferecer uma visão mais detalhada sobre como as proteínas gradualmente constroem camada sobre camada e se enrolam em fios microscópicos. A investigação terá lugar dentro de um minúsculo cubo de 4 polegadas, construído no Instituto de Tecnologia da Flórida, e que foi enviado para a ISS em janeiro.

Este é um dos oito projetos selecionados num concurso de investigação implementado pela Space Florida e NanoRocks. Após a execução da experiência, as amostras serão devolvidos de volta à Terra para análise com um microscópio de força atómica. Se a experiência for bem sucedida, outras pesquisas de acompanhamento serão realizadas para se saber mais sobre o crescimento da fibra e as possíveis estratégias de prevenção. [iflscience]

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